O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição relacionada ao neurodesenvolvimento. De acordo com dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) ele afeta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil, ocorrendo entre 3 e 5% das pessoas em todo o mundo. Por isso, é fundamental que a família esteja atenta aos sinais do TDAH.
O TDAH é um transtorno neurobiológico, geralmente diagnosticado na infância, que acompanha o indivíduo a vida inteira, sendo caracterizado pela desatenção, inquietude e impulsividade. Dessa forma, ele afeta as funções executivas como gerenciamento de tempo, organização, resolução de problemas, motivação, autocontrole, autorregulação e memória de curto prazo.
Contudo, nem toda agitação pode ser lida como TDAH. Durante a fase de desenvolvimento, as crianças descobrem o mundo por meio dos sentidos. Dessa maneira, o movimento é uma coisa natural da infância. Para identificar o quadro, portanto, é necessário que essa agitação aconteça de forma persistente, muito mais intensa do que o esperado, causando um prejuízo na qualidade de vida.
O TDAH se manifesta em três tipos:
Os sinais do TDAH podem passar despercebidos na infância. Nos primeiros anos da Educação Infantil, por exemplo, a criança pode conseguir lidar com o transtorno, uma vez que as atividades são mais simples e o tempo de foco exigido é menor. Mas a medida em que ela for crescendo, ela vai começar a sentir de forma mais intensa o impacto negativo que esse quadro inflige. O diagnóstico durante a adolescência e vida adulta é diferente, contudo é possível.
Não existe nenhuma controvérsia a respeito da existência do TDAH, o transtorno é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde. Ele, inclusive, não caracteriza um fenômeno recente. As primeiras descrições na literatura aconteceram por volta de 1902 e são semelhantes ao que entendemos por TDAH hoje em dia.
No entanto, ainda há muita desinformação a respeito dessa condição, o que leva a falta de procura pelo diagnóstico, bem como o surgimento de formas de tratamento não reconhecidas.
Todavia, esse quadro vem sendo cada vez mais discutido hoje em dia. Antigamente, devido à falta de diagnóstico, as crianças com TDAH acabavam sendo rotuladas como “burras”; “levadas”; “que não tem jeito”. Esses estigmas deixam claro como a ausência do reconhecimento pode afetar a autoestima do paciente, acarretando traumas para vida toda e diminuindo a qualidade de vida. Essa condição existe e pode ser tratada de forma ética e profissional a muito tempo, por isso se houver suspeitas é preciso procurar profissionais da saúde para uma avaliação completa.
Para entender mais sobre os sintomas e os critérios utilizados no diagnóstico, ouça o episódio “Toda criança agitada tem TDAH?”, do podcast “Neuro sem Neura”, da neuropediatra Luciane Baratelli.
Deixe um comentário