Dicionário: Mais de 1000 palavras foram adicionadas em 2021

Há muitos anos surgia a língua portuguesa, originária do latim vulgar – uma das modalidades da língua dos antigos romanos, a variante popular falada. De lá para cá, ela sofreu muitas alterações e, quando chegou ao Brasil, teve influências das raízes indígenas, por conta da diversidade de tribos que trouxeram ainda mais riqueza para o idioma.

Hoje, o português é adotado por cerca de 230 milhões de pessoas, sendo o oitavo idioma mais falado no planeta. E, assim como a sociedade muda e se adapta aos novos cenários, a língua também acompanha esses passos. Como resultado, na última semana, a Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou a 6ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). A última atualização tinha sido feita em 2009.

Na nova edição foram incluídas mais de mil novas palavras, entre elas home office, lockdown, ciclofaixa, empoderamento e educomunicação. Agora, o dicionário conta com um total de 382 mil termos. Desse modo, o Volp atualizado já está disponível para consulta online no site da academia ou o conteúdo pode ser acessado pelo aplicativo oficial do Volp no Google Play e App Store.

De acordo com a Academia Brasileira de Letras, muitos acréscimos estão relacionados aos novos termos originados do desenvolvimento científico e tecnológico, às palavras surgidas no contexto da pandemia, ao registro mais abrangente de nomes de povos indígenas, língua e família linguística, assim como termos técnicos das diversas áreas do conhecimento e novos vocábulos de uso comum, sempre de acordo com os critérios de formação de palavras da língua-padrão.

Conheça algumas das novas palavras e seus significados:

  • Home office: no Brasil, significa trabalhar de casa, mas, no inglês, a expressão equivalente seria “work from home“. Literalmente, em inglês, “home office” significa “escritório de casa”.
  • Educomunicação: conjunto de conhecimentos e ações que visam desenvolver ecossistemas comunicativos abertos, democráticos e criativos em espaços culturais, midiáticos e educativos formais (escolares), não formais (desenvolvidos por ONGs) e informais (meios de comunicação voltados para a educação), mediados pelas linguagens e recursos da comunicação, das artes e tecnologias da informação, garantindo-se as condições para a aprendizagem e o exercício prático da liberdade de expressão.
  • Sororidade: sentimento de irmandade, empatia, solidariedade e união entre as mulheres, por compartilharem uma identidade de gênero; conduta ou atitude que reflete este sentimento, especialmente em oposição a todas as formas de exclusão, opressão e violência contra as mulheres.
  • Neurodiversidade: denominação dada à ampla variedade de padrões de funcionamento do cérebro, existente entre os indivíduos da população humana, vista sob uma perspectiva que reconhece as manifestações atípicas (relacionadas ao autismo e à dislexia, por exemplo) como naturais e normais, não como distúrbios patológicos.
  • Pós-verdade: informação ou asserção que distorce deliberadamente a verdade, ou algo real, caracterizada pelo forte apelo à emoção, e que, tomando como base crenças difundidas em detrimento de fatos apurados, tende a ser aceita como verdadeira, influenciando a opinião pública e comportamentos sociais. Também pode ser um contexto em que asserções, informações ou notícias verossímeis, caracterizadas pelo forte apelo à emoção e baseadas em crenças pessoais, ganham destaque, sobretudo social e político, como se fossem fatos comprovados ou a verdade objetiva.

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